Cogito, ergo sum normalmente traduzida como “Penso, logo existo” é o mais popular pensamento de Descartes. Ele surgiu da dúvida absoluta do filósofo francês, que buscava chegar ao conhecimento completo e para isso entendeu que precisava duvidar de tudo o que já estava posto.
Descartes já nos deixou há mais de 350 anos. Apesar de todo este generoso tempo para a evolução da sociedade, parece que estamos regredindo em nossa habilidade de questionar. Afinal, vivemos num mundo onde fake news são compartilhadas instantaneamente, sem nenhum filtro e por inúmeros meios.
Em uma época onde informar sem questionar virou epidemia, me atrevo a dizer que o “Penso, logo existo” de Descartes não é mais suficiente. Precisamos ser mais aguerridos e abraçar o inédito “Penso, logo hesito”. Ficando assim num estado de irresolução, incerteza e perplexidade.
Afinal, muito além de questionar o que compartilhamos e absorvemos, precisamos parar e reconectar com nossa humanidade. Nos ligarmos ao sentimento de bondade e benevolência em relação aos semelhantes. E ter compaixão e piedade em relação aos desfavorecidos.
Porque, no fim das contas, existir simplesmente para forçar o seu pensamento nos outros vai contra o que nos torna humanos. Vivemos uma realidade onde a verdade se tornou secundária e a habilidade de perceber outros pontos de vista praticamente nula. No fim das contas, todos estão errados num mundo onde todos querem estar certos.
À vista disso, na próxima vez que você receber aquela mensagem agressiva nos Whatsapp — mesmo que alinhada a sua posição política — hesite, avalie e se tiver dúvidas, não compartilhe. Tenho certeza que se todos fizerem isso o mundo será um lugar melhor. E isso, nem mesmo Descartes questionaria.
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mostrar comentários Hide commentsGostei muito da mensagem e da abordagem dada ao tema.